Like The Renegades!

julho 03, 2012

Saudade

Se há coisa que me afeta é perder aqueles por quem tenho uma grande afinidade. Há mais de seis anos que convivo com pessoas excelentes. Que são leais, que dão o melhor de si para os outros e que são excecionais. Estava habituada a dizer-lhes um "Até amanhã" mas inexoravelmente aproxima-se um "Adeus". Eu sei que uma amizade quando é verdadeira não morre, mas dói a saudade que já aperta, que parece engolir-nos aos poucos. Os horários irão modificar, seguiremos a nossa vida, arranjaremos companheiros, novos amigos, uma nova vida e tudo se rompe como se nada tivesse existido. Este é o lado negro da amizade: o esquecimento. Eu tenho medo de cair no esquecimento apesar de me ter esforçado por ser a melhor amiga possível. Depois de mil e uma aventuras, de segredos, de histórias nossas desabafadas tudo eclipsar-se de uma forma abrupta e irreversível. Isto faz-me ficar triste porque agora apercebo-me do quão ridícula fui há uns anos atrás por pensar que nada me abalava. Afinal sou fraca, como todos os outros que lamentam que nos separemos. Tenho plena consciência que é a lei da vida e que nada podemos fazer, mas era tão bom que aqueles que realmente são amigos pudessem ficar juntos. 
Tal como dizia Rubem Alves "Saudade é a nossa alma a dizer para onde ela quer voltar."
Hayley Logan, a Renegada das Terças

junho 28, 2012

Mama Earth, thanks :)



A mala está feita e repleta de tudo aquilo de que necessito. Interrogo-me... Estarei a esquecer alguma coisa ou é apenas esta sensação maldita a atraiçoar-me como sempre? Revejo com cautela tudo o que agrupei anteriormente. Tenho o que necessito. Fecho a mala. Olho à volta e respiro fundo, estou pronta. 
Mala às costas. O peso não se faz sentir. Estou com as energias em alta, capaz de enfrentar qualquer caminhada. Abro a porta de casa e saio. A brisa que corre cumprimenta-me e prossegue. Abro um sorriso e presto-me a contemplar a rua, a movimentação, a exaltação, o barulho, as pessoas, os gritos vindos do nada e as buzinas incessantes. Um passo em frente e outro. A liberdade espera-me.
Na mochila carrego o essencial, para trás deixo o que falta não poderá fazer, e se fizer, deixará de ter importância. Trago a disponibilidade, a essência, o espírito aventureiro, a leveza, a verdade, a pureza, a loucura, o silêncio, a calma, o amor. No caminho desapeguei-me do medo, da mentira, da desilusão, da tristeza, dos problemas, do stress, do orgulho, do ruído, da falsidade. Tudo aquilo de que não necessito.
A aventura é nova. As emoções são diferentes, estou pronta. A Natureza abraça-me. Separei-me do lixo da Sociedade. Serei só eu e o ar puro, e a vida! 
Sinto-me bem. A mala não pesa. Sinto-me leve, desperta, viva. 
Monto a tenda, descalço-me, refresco-me. As árvores cercam-me, parecem abraçar-me no seu manto verde e puro. Os pássaros rodeiam-me, cantando aos meus ouvidos as mais belas sinfonias. A água corre pelas rochas, despertando a minha atenção. Deito-me sobre a terra, sentindo o seu pulsar forte e saudoso. Sinto-me bem. 
Dispo a pressa, envergo a calma. Estou viva. Porquê desperdiçá-lo?
Adeus problemas. Adeus ruído. Adeus orgulho. Adeus falsidade. 
Estou em paz. 
Hey, Mama Earth? Thanks.

Bree Emma Sommers

Peço desculpa pela ausência *

junho 26, 2012

You can change

Antes de mais nada queria desculpar a minha ausência a todos, mas há certos assuntos que nos são difíceis de protelar. De qualquer das formas, aqui estou, ou melhor, não estou, mas já poderão usufruir do curso normal deste blog pelo menos no que toca às minhas postagens. 
Hoje venho falar de algo que me deixa muito sensibilizada: mendigos. Pela minha zona não há muitos, mas quando vou ao Porto vejo dezenas deles nas esquinas, implorando por uma esmola ainda pouca que seja. A mim custa-me passar por eles e não dar nada, especialmente quando tenho sacos com roupa ou livros. Custa-me vê-los ali, esticando o braço, exibindo as suas feridas sem nada. Eu não tenho pena deles, mas sinto que se pudesse ajudava-os mais. Fico sempre amargurada porque penso na sorte que tenho em ter uma casa, meios suficientes para sobreviver enquanto outras pessoas não têm nem um canto próprio para dormir. Sinto-me mesmo mal passar por eles, verem-me com sacos de algo que comprei e não ter dinheiro para lhes dar. Não sei, a mim deixa-me triste porque eu gostava de conseguir ajudar, de lhes dar mais, de fazer as pessoas verem que temos de mudar as mentalidades e que eles não irão sobreviver só de esmolas! Há que alertar para isso. No entanto, eu tenho a plena consciência que se calhar a maioria deles não querem trabalhar, mas é desumano termos de sobra para nós e não darmos aos outros. Eu fui ensinada a partilhar com os outros e provavelmente até quando dou esmola estou a contribuir para a sua morte, mas eu não vou adivinhar se eles querem dinheiro para comida ou droga. Eu prefiro partir do pressuposto que é para comida. 
É especialmente quando os vejo que me faço recordar que por muito que me queixe da minha vida, não tenho de me queixar. Tenha casa, cama, cobertores, comida, equipamentos eletrónicos, estudos... coisas que eles não têm. E não deveria ser isto base para a nossa felicidade? Eu não consigo imaginar felicidade na forma como eles vivem, por isso, eu faço sempre por recordar-me que eu sou uma pessoa com sorte e que embora não consiga mudar o mundo sozinha, não posso desistir de tentar fazer aquilo que acho correto. 
Para finalizar... eu não posso deixar de concordar com a imagem. Podem pagar para haver guerra, mas para alimentar aqueles que necessitam não há dinheiro.
Com este post não pretendo dizer que têm de lhes dar dinheiro, mas mostrar que o pouco que fazemos pode fazer a diferença e que apesar de tudo, somos felizes ainda que não queiramos aceitar tal.

Hayley Nya, a Renegada das Terças.

junho 06, 2012

Pensa duas vezes.


Por vezes vejo tantas pessoas a criticar os famosos, maioritariamente os músicos. Porque se vestem de forma diferente, porque fazem música diferente, porque têm gostos diferentes. Se elas se vestem de forma mais provocadora, são umas galdérias, se eles conseguem chegar a um tom de voz mais agudo são gays. Se têm namoradas, fazem tudo para as criticar e nem pensam que no fundo estão a afectar as pessoas. Porque no fundo, são pessoas com sentimentos, assim como vocês.  Podem sorrir para as câmaras, estarem feliz em entrevistas e a dar autógrafos aos fãs. Mas sempre que os vemos em baixo por algum motivo é. Eles podem ter uma vida de sonho, mas também sofrem muito com ela. Por isso não gosto quando as pessoas criticam os outros, maioritariamente famosos que acima de tudo, fazem tudo para nós gostarmos. Reflictam um pouco antes de criticarem. Pensem, como seria se estivessem no lugar dele/dela. 

A vossa Renegada às Quartas-feiras a reflectir.
Ruth Pacheco

maio 31, 2012

Sê a mudança que procuras nos outros.



É muito fácil apontar o dedo, indicar todos e quaisquer defeitos na outra pessoa, excluí-la. É muito fácil pôr de parte quem não nos agrada, definir personalidades com base em defeitos notórios, apagar atitudes positivas e denegri-las. É muito simples. Chegar e desatar a crucificar os outros por erros passados ou falhas apresentadas. É muito fácil criticar a torto e a direito, sem saber a história, sem conhecer o tempo, sem decifrar os porquês. É algo que está ao alcance de qualquer um, na verdade...
Por outro lado, difícil mesmo é fazer melhor. É criar um exemplo e não uma opinião. É substituir afirmações e criticas por atitudes melhores. É fazer mais e melhor, criar um caminho sólido e não um trilho fraco. Isso sim, é árduo, requer convicção, empenho, mas acima de tudo, brio.
É fácil exigir dos outros uma mudança benéfica para nós. Exigir algo que só a nós irá agradar. Apontar o dedo e tecer criticas porque este ou aquele mudou, porque não são mais os mesmos, ou porque não são quem nós desejamos. Só me pergunto... Será que a mudança ocorreu ou terá de ocorrer apenas nos outros? Quem somos nós para julgar ou para definir atitudes alheias? Somos humanos. Temos defeitos. Mudamos. Erramos. Cometemos falhas e somos submetidos a julgamentos carregados de injustiça, preenchidos pelo ódio dos demais. E que direito nos dá isso para repetirmos tamanha estupidez apontando o dedo aos nossos semelhantes? Criando regras, instituindo leis, definindo padrões?  Porquê cobrar aos outros aquilo que nós próprios não fazemos? Porquê exigir dos demais que mudem em função de nós? 
A chave para mudar o Mundo é começar em nós mesmos. Criar exemplos e não opiniões. Atitudes e não padrões superficiais. A chave para mudar o Mundo, começa em nós e não nos outros, porque o que de nós vem, só nós controlamos e o que dos outros sai, só eles podem domar.

Bree Emma Sommers, 
Thursday's Renegade :)